domingo, 25 de maio de 2008

Lei portuguesa sobre terapias não convencionais considerada exemplar

União Europeia dos Naturopatas adoptou recentemente o texto da Lei 45/2003, relativa ao enquadramento base das Terapêuticas Não Convencionais, considerando que este diploma é exemplar e deve servir de base à regulamentação noutros países da União Europeia.

Esta informação foi revelada durante uma audição pública sobre a regulamentação da lei, por Manuel Branco, presidente da Associação Portuguesa de Naturopatia.
A audição, organizada pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, contou com a presença de cerca de 150 pessoas, entre profissionais, representantes de associações, estudantes e utentes, que, ao longo de três horas, debateram o futuro das Terapêuticas Não Convencionais.
O processo de regulamentação da Lei encontra-se em fase de discussão pública até meados de Junho, altura em que irá ser produzido um documento final que permitirá aplicar um diploma que foi aprovado em 2003, na sequência de uma proposta do Bloco de Esquerda. A regulamentação afigura-se como essencial para a garantir a qualidade do serviço prestado e a certificação da formação dos técnicos, conferindo-lhes um estatuto profissional reconhecido e garantindo maior segurança aos utentes que fazem uso destas terapias.
Durante o debate, as intervenções situaram-se em torno de dois eixos temáticos: o processo de regulamentação em curso e os conteúdos do documento em discussão.
Sobre o processo em curso, muitas foram as críticas endereçadas à Direcção Geral de Saúde e à Comissão Técnica que o está a levara a cabo, apontando a pouca representatividade deste organismo e a falta de democracia na sua eleição. A discussão parcial do projecto de regulamentação foi também apontada como um sinal de pouca transparência do processo, uma vez que os profissionais querem ter poder de se pronunciar sobre todo o documento.
Tais acusações foram rebatidas pelos membros da Comissão que se encontravam presentes, relembrando a sua nomeação pela DGS e a sua aceitação por um conjunto de representantes de algumas associações do sector, enfatizando também a possibilidade de uma ampla participação na discussão pública e o alargamento desta por mais 60 dias.
Quanto ao conteúdo do projecto de regulamentação, foram vários os assuntos abordados.
Uma das lacunas apontadas por Pedro Choy é o facto de, após a regulamentação, e durante dez anos, o processo de acreditação dos acupunctores ficar à responsabilidade de um dos membros da comissão que está a produzir a regulamentação, sem que haja qualquer eleição prevista.

Entre os alunos presentes, a maior preocupação foi a omissão, no documento, de soluções para o reconhecimento e acreditação das escolas em funcionamento e dos cursos que estão a decorrer, deixando os alunos em situação de indefinição quanto ao seu futuro.
Por outro lado, a não inclusão de algumas terapêuticas na lei, como a medicina tradicional chinesa ou a acupunctura Japonesa, foi apontada como uma lacuna grave.
No encerramento do debate, o Deputado João Semedo referiu a importância da iniciativa para o reforço das Terapêuticas Não Convencionais, sublinhando a importância de um debate público alargado e transparente, para que estas não fiquem sob suspeição. Referiu ainda a disponibilidade política do Bloco de Esquerda para continuar a contribuir para que esta matéria esteja no topo da actualidade política, de modo a que as preocupações de qualidade e acesso expressas pelos utentes tenham uma resposta sólida e garantida pela lei.

sábado, 10 de maio de 2008

HIV infecta seis portugueses por dia

Sexo sem protecção e uso de seringas contaminadas justificam os dados apresentados pela Onusida.

No ano passado foram infectados por HIV seis portugueses por dia. Segundo o relatório anual da Onusida, contabilizaram-se 2162 novos casos em 2006, o que coloca o País em quarto lugar entre os países da Europa Ocidental. De acordo com o documento, as relações sexuais desprotegidas são a principal causa de infecção. O uso de seringas contaminadas entre os toxicodependentes continua a ter um grande peso nas estatísticas, tanto em Portugal como em Espanha.
Mas nem tudo são más notícias. O consumo de drogas injectáveis tem vindo a decrescer em Portugal. Segundo o relatório da Onusida, o número de casos reportados de HIV caiu 31% em quatro anos. No entanto, a infecção relacionada com o consumo de drogas injectáveis é uma preocupação manifestada pelo relatório das Nações Unidas.
De acordo com estimativas da ONU avançadas no final de 2007, a sida terá sido responsável pela morte de 2,1 milhões de pessoas em todo o mundo durante o ano passado. O mesmo organismo estima ainda que terão sido infectadas 2,5milhões de pessoas, o que corresponde a 6800 casos por dia. Só a África subsariana concentrou dois terços dos novos caos (68%). E foi precisamente nesta região africana que se registaram 76% das mortes relacionadas com a sida.
O relatório destaca ainda os dados relativos às crianças a viver com a infecção e 420 mil infectadas durante a ano de 2007.
As mulheres são actualmente um terço das pessoas a viver com infecção (15,4 milhões). O número de mortes apresentou um decréscimo ao contrário do total de pessoas a viver com a infecção, devido a um maior acesso aos tratamentos.


Fonte:
Diário de notícias

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Obesidade: TV aumenta risco nas crianças

As crianças que dormem menos de 12 horas e que vêem muita televisão têm maior tendência para ter peso excessivo antes da idade escolar, segundo um estudo realizado por cientistas da Escola de Medicina de Harvard (EUA), cita a Lusa.

A conclusão do estudo, publicado esta terça-feira pela revista «Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine» baseia-se em informações das mães sobre os hábitos dos seus filhos assim como em medições directas do seu peso e estatura.
Os cientistas assinalam que esta é uma nova prova de que existe uma relação entre o sono e a obesidade, a qual pode afectar crianças de tenra idade.
Acrescentam que o efeito do pouco tempo de sono é reforçado pela televisão e que o estudo permite determinar que as crianças que dormem menos e vêem muita televisão têm maiores probabilidades de ser obesos.
Horários são muito importantes
«Os dois comportamentos, independentes ou em combinação, envolvem risco», explicou Elsie Taveras, autora principal do estudo.
Os cientistas estudaram 915 crianças, das quais 586 dormiam uma média de 12 horas ou mais por dia e 329 dormiam menos de 12 horas.
Entre as que dormiam mais de 12 horas a incidência de obesidade era de sete por cento aos três anos de idade, mas entre as que dormiam menos era de 12 por cento. Quando considerada a permanência em frente à televisão durante duas ou mais horas diárias, a percentagem de obesos subiu para 17 por cento.
Elsie Taveras indicou que é possível que a explicação esteja no efeito que tem o sono ao nível hormonal.
Ver muita televisão aumenta o risco de obesidade porque reduz o tempo de exercícios e a consequente eliminação de calorias, além de que a televisão promove a alimentação a horas irregulares, assim como a ingestão de comida rápida, segundo os cientistas.
«A principal mensagem do estudo é que deve haver regularidade no sono das crianças. É muito importante estabelecer um horário», disse Michelle Cão, da Clínica para os Transtornos do Sono da Universidade de Stanford numa nota editorial do estudo.
Já Pat Prinz, cientista da Universidade de Washington, manifestou que as crianças devem passar mais tempo a correr e saltar, uma vez que quanto mais activos forem durante o dia melhor dormirão durante a noite.


Fonte: