quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

388 Milhões de mortes relacionadas com hábitos de vida nos próximos dez anos

Nos próximos dez anos morrerão cerca de 388 milhões de pessoas devido a doenças não transmissíveis, afirmam 155 peritos em saúde, de 55 países, num artigo publicado na revista “Nature”, no qual apresentaram um plano de vinte pontos para evitar, até 2015, pelo menos 36 milhões de mortes prematuras causadas por maus hábitos de vida, como a obesidade, o sedentarismo e o tabaco.


Doenças passíveis de prevenção, como por exemplo problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2, afecções pulmonares e alguns tipos de cancro causam 60 por cento das mortes a nível mundial e são responsáveis por 40 por cento das mortes prematuras. E oito em cada dez dessas mortes ocorrerão em países com rendimentos médios ou baixos.
Mas, apesar destes dados, entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS) dedicam a maior parte das suas pesquisas a doenças infecciosas, como a malária a tuberculose. Apenas quatro por cento do orçamento da OMS é dedicado a doenças não infecciosas.
“A prevenção de incapacidades e mortes causadas por doenças não transmissíveis são objecto de pouca atenção”, escrevem os peritos no artigo da “Nature”, citado pela AFP, vincando que a maior parte das doenças visadas neste texto podem ser evitadas através de uma mudança nos hábitos de vida e tendo acesso a tratamentos farmacêuticos comuns.
Ainda que reconheçam que o aumento da esperança de vida tem influência do crescimento destas doenças, os peritos consideram que 17 milhões de mortes prematuras podem ser evitáveis através da prevenção. Segundo o “The Guardian”, os autores do relatório também apontam consequências económicas para os países: nos próximos dez anos, estas patologias podem custar ao Reino Unido mais de 22.262 milhões de euros, 159.885 milhões à China e 376.437 milhões à Índia.
De acordo com o jornal britânico, os 155 peritos recomendam na “Nature” várias medidas para evitar este cenário catastrófico: transformar a base de actuação dos sistemas de saúde – maior aposta na prevenção em vez dos tratamentos à posteriori –, promover modos de vida saudáveis, tomar medidas para combater o consumo de álcool, tabaco e alimentos não saudáveis e avançar com acções de mitigação dos efeitos da pobreza e urbanização na saúde.
Apesar de estas medidas já fazerem parte de muitos programas de promoção da saúde, autores e financiadores do relatório consideram que estão a ter poucos resultados, porque não estão integrados uns com os outros. “Sem um mapa estaremos todos a conduzir em direcções diferentes. Estes problemas requerem compromissos a longo prazo e um esforço coordenado entre agências financiadoras, de modo a estabelecer prioridades claras”, afirmou, citado pelo “The Guardian”, o co-autor Peter Singer, director interino do Centro McLaughlin-Rotman para a Saúde Global, instituto de Toronto, Canadá.

Fonte:
http://static.publico.clix.pt/pesoemedida/noticia.asp?id=1311583

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007