quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Robô funciona com 'cérebro' feito de neurônios de verdade no Reino Unido

Colocadas em meio de cultura, células transmitem instruções via sistema Bluetooth.
Intenção dos pesquisadores da Universidade de Reading é estudar memória humana.

Pesquisadores da Universidade de Reading, no Reino Unido, criaram uma forma fascinante e inusitada de ciborgue: um conjunto de neurônios (células nervosas) que controla um robozinho em laboratório. A colônia neuronal, cultivada numa placa de vidro, está colocada sobre um conjunto de multieletrodos (MEA, na sigla inglesa), que captura os sinais elétricos que chegam dessas células. Sempre que o robô se aproxima de um objeto, manda sinais de volta para os neurônios. Dessa maneira, os cientistas britânicos esperam que a rede neurológica "aprenda" a se desviar de objetos e "memorize" caminhos. A idéia é usar o sistema para estudar o funcionamento do cérebro.

Fonte:

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL722749-5603,00.html

domingo, 25 de maio de 2008

Lei portuguesa sobre terapias não convencionais considerada exemplar

União Europeia dos Naturopatas adoptou recentemente o texto da Lei 45/2003, relativa ao enquadramento base das Terapêuticas Não Convencionais, considerando que este diploma é exemplar e deve servir de base à regulamentação noutros países da União Europeia.

Esta informação foi revelada durante uma audição pública sobre a regulamentação da lei, por Manuel Branco, presidente da Associação Portuguesa de Naturopatia.
A audição, organizada pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, contou com a presença de cerca de 150 pessoas, entre profissionais, representantes de associações, estudantes e utentes, que, ao longo de três horas, debateram o futuro das Terapêuticas Não Convencionais.
O processo de regulamentação da Lei encontra-se em fase de discussão pública até meados de Junho, altura em que irá ser produzido um documento final que permitirá aplicar um diploma que foi aprovado em 2003, na sequência de uma proposta do Bloco de Esquerda. A regulamentação afigura-se como essencial para a garantir a qualidade do serviço prestado e a certificação da formação dos técnicos, conferindo-lhes um estatuto profissional reconhecido e garantindo maior segurança aos utentes que fazem uso destas terapias.
Durante o debate, as intervenções situaram-se em torno de dois eixos temáticos: o processo de regulamentação em curso e os conteúdos do documento em discussão.
Sobre o processo em curso, muitas foram as críticas endereçadas à Direcção Geral de Saúde e à Comissão Técnica que o está a levara a cabo, apontando a pouca representatividade deste organismo e a falta de democracia na sua eleição. A discussão parcial do projecto de regulamentação foi também apontada como um sinal de pouca transparência do processo, uma vez que os profissionais querem ter poder de se pronunciar sobre todo o documento.
Tais acusações foram rebatidas pelos membros da Comissão que se encontravam presentes, relembrando a sua nomeação pela DGS e a sua aceitação por um conjunto de representantes de algumas associações do sector, enfatizando também a possibilidade de uma ampla participação na discussão pública e o alargamento desta por mais 60 dias.
Quanto ao conteúdo do projecto de regulamentação, foram vários os assuntos abordados.
Uma das lacunas apontadas por Pedro Choy é o facto de, após a regulamentação, e durante dez anos, o processo de acreditação dos acupunctores ficar à responsabilidade de um dos membros da comissão que está a produzir a regulamentação, sem que haja qualquer eleição prevista.

Entre os alunos presentes, a maior preocupação foi a omissão, no documento, de soluções para o reconhecimento e acreditação das escolas em funcionamento e dos cursos que estão a decorrer, deixando os alunos em situação de indefinição quanto ao seu futuro.
Por outro lado, a não inclusão de algumas terapêuticas na lei, como a medicina tradicional chinesa ou a acupunctura Japonesa, foi apontada como uma lacuna grave.
No encerramento do debate, o Deputado João Semedo referiu a importância da iniciativa para o reforço das Terapêuticas Não Convencionais, sublinhando a importância de um debate público alargado e transparente, para que estas não fiquem sob suspeição. Referiu ainda a disponibilidade política do Bloco de Esquerda para continuar a contribuir para que esta matéria esteja no topo da actualidade política, de modo a que as preocupações de qualidade e acesso expressas pelos utentes tenham uma resposta sólida e garantida pela lei.

sábado, 10 de maio de 2008

HIV infecta seis portugueses por dia

Sexo sem protecção e uso de seringas contaminadas justificam os dados apresentados pela Onusida.

No ano passado foram infectados por HIV seis portugueses por dia. Segundo o relatório anual da Onusida, contabilizaram-se 2162 novos casos em 2006, o que coloca o País em quarto lugar entre os países da Europa Ocidental. De acordo com o documento, as relações sexuais desprotegidas são a principal causa de infecção. O uso de seringas contaminadas entre os toxicodependentes continua a ter um grande peso nas estatísticas, tanto em Portugal como em Espanha.
Mas nem tudo são más notícias. O consumo de drogas injectáveis tem vindo a decrescer em Portugal. Segundo o relatório da Onusida, o número de casos reportados de HIV caiu 31% em quatro anos. No entanto, a infecção relacionada com o consumo de drogas injectáveis é uma preocupação manifestada pelo relatório das Nações Unidas.
De acordo com estimativas da ONU avançadas no final de 2007, a sida terá sido responsável pela morte de 2,1 milhões de pessoas em todo o mundo durante o ano passado. O mesmo organismo estima ainda que terão sido infectadas 2,5milhões de pessoas, o que corresponde a 6800 casos por dia. Só a África subsariana concentrou dois terços dos novos caos (68%). E foi precisamente nesta região africana que se registaram 76% das mortes relacionadas com a sida.
O relatório destaca ainda os dados relativos às crianças a viver com a infecção e 420 mil infectadas durante a ano de 2007.
As mulheres são actualmente um terço das pessoas a viver com infecção (15,4 milhões). O número de mortes apresentou um decréscimo ao contrário do total de pessoas a viver com a infecção, devido a um maior acesso aos tratamentos.


Fonte:
Diário de notícias

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Obesidade: TV aumenta risco nas crianças

As crianças que dormem menos de 12 horas e que vêem muita televisão têm maior tendência para ter peso excessivo antes da idade escolar, segundo um estudo realizado por cientistas da Escola de Medicina de Harvard (EUA), cita a Lusa.

A conclusão do estudo, publicado esta terça-feira pela revista «Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine» baseia-se em informações das mães sobre os hábitos dos seus filhos assim como em medições directas do seu peso e estatura.
Os cientistas assinalam que esta é uma nova prova de que existe uma relação entre o sono e a obesidade, a qual pode afectar crianças de tenra idade.
Acrescentam que o efeito do pouco tempo de sono é reforçado pela televisão e que o estudo permite determinar que as crianças que dormem menos e vêem muita televisão têm maiores probabilidades de ser obesos.
Horários são muito importantes
«Os dois comportamentos, independentes ou em combinação, envolvem risco», explicou Elsie Taveras, autora principal do estudo.
Os cientistas estudaram 915 crianças, das quais 586 dormiam uma média de 12 horas ou mais por dia e 329 dormiam menos de 12 horas.
Entre as que dormiam mais de 12 horas a incidência de obesidade era de sete por cento aos três anos de idade, mas entre as que dormiam menos era de 12 por cento. Quando considerada a permanência em frente à televisão durante duas ou mais horas diárias, a percentagem de obesos subiu para 17 por cento.
Elsie Taveras indicou que é possível que a explicação esteja no efeito que tem o sono ao nível hormonal.
Ver muita televisão aumenta o risco de obesidade porque reduz o tempo de exercícios e a consequente eliminação de calorias, além de que a televisão promove a alimentação a horas irregulares, assim como a ingestão de comida rápida, segundo os cientistas.
«A principal mensagem do estudo é que deve haver regularidade no sono das crianças. É muito importante estabelecer um horário», disse Michelle Cão, da Clínica para os Transtornos do Sono da Universidade de Stanford numa nota editorial do estudo.
Já Pat Prinz, cientista da Universidade de Washington, manifestou que as crianças devem passar mais tempo a correr e saltar, uma vez que quanto mais activos forem durante o dia melhor dormirão durante a noite.


Fonte:

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Depressão provoca dores e afecta mais mulheres do que homens

A depressão atinge duas vezes mais as mulheres do que os homens. Os sintomas são físicos, emocionais, cognitivos e ao nível do comportamento, em cerca de 69% dos casos há sintomas físicos, inclusive com dores associadas, e pode ocorrer em simultâneo com outras doenças como a bipolar, em que o paciente varia entre picos de euforia seguidos de períodos de profundo desânimo e desinteresse pela vida.


"A depressão afecta ao longo da vida cerca de 10% a 25% das mulheres, cerca de metade da percentagem que atinge os homens", acentuou Pedro Afonso, psiquiatra do Hospital Júlio de Matos, ontem, numa conferência aberta aos jornalistas, em Lisboa.


Trata-se de uma doença ainda sub-diagnosticada, porque é confundida com mera tristeza, não sendo, por vezes, tratada do modo mais adequado. A multiplicidade dos sintomas dificulta acertar no diagnóstico.


Um dos sintomas mais comuns é a insónia que atinge de 5% a 10% dos portugueses, "o que faz supor que haja em Portugal 500 mil a um milhão de pessoas com esta alteração do sono", assinalou Pedro Afonso, antes de referir que "a insónia aumenta bastante com a idade" e com o stress.

Bipolares mais complexos


Além da propensão genética, a depressão pode ter origem biológica - resultando de outra doença ou da toma de certos fármacos - ou psicossocial. Como a perda real ou imaginária de alguém ou de algo (morte, divórcio, emprego).


"O objectivo do tratamento é a remissão da doença e evitar recorrências", concluiu o médico, sendo corroborado pela vice-presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental. Um deprimido "está na lista de espera para ser bipolar", disse Luísa Figueira, sendo casos "que podem levar dez a 11 anos a ser diagnosticados".


A hipomania é o sintoma mais evidente. Revela-se em compras ou velocidades rodoviárias excessivas e em actos de risco, até a nível sexual e na oscilação brusca de humor, sem motivo.


A sensação de euforia causa dependência e leva à procura do álcool ou drogas, como o haxixe e a cocaína, para a sentir de novo. Na depressão bipolar, pode não haver desalento e inércia, mas hiperactividade e as moderadas são mais difíceis de detectar e não são os anti depressivos que a originam.


Sintomas indicativos de depressão moderada

Além do mau humor, de baixa auto-estima e falta de atenção e concentração, a depressão pode manifestar-se em alterações do sono, perda de interesse pelos prazeres, do sexo, da leitura e do lazer em geral.


Dores inexplicáveis e pensamentos mórbidos

A depressão pode traduzir-se na redução do apetite e do peso, em ideias pessimistas quanto ao futuro e de culpa ou inutilidade pessoal. Pode, nos casos mais graves, provocar dores físicas inexplicáveis (de cabeça, costas, pescoço, estômago, intestinos) e originar pensamentos de auto-agressão ou até de suicídio.


Da melancolia profunda aos acessos de euforia


Na escala das perturbações do comportamento, se não for tratada, a depressão moderada dá lugar à depressão grave. Quando há sinais de euforia, o doente entra em hipomania (ler texto) que se se agravar, leva às manias de cariz obsessivo.


Em 2020, será segunda maior causa de doença


A Organização Mundial de Saúde estima que, em 2020, a depressão unipolar profunda será a segunda maior causa de doença em todo o Mundo, depois dos problemas cardiovasculares.





Fonte:



Diario de Notícias (DN-Sabado 14, Abril)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

África regista mais de um milhão de novos casos de infecção por Sida

OMS estima que no ano passado tenham morrido 1,6 milhão de pessoas vítimas da doença

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,7 milhões de novas infecções por HIV/Sida e 1,6 milhões de mortes ocorreram em adultos e crianças na África subsahariana em 2007.
O facto foi revelado pelo director regional da OMS para África, o angolano Luís Gomes Sambo, quando dissertava sobre o tema " Intensificar Intervenções para a Prevenção e Controlo de Infecções de Transmissão Sexual e VIH/SIDA", no segundo Congresso da CPLP sobre VIH/SIDA/DST, que decorre no Rio de Janeiro, Brasil.
Acrescentou que o VIH/SIDA constitui uma séria ameaça à segurança e ao desenvolvimento socio-económico do continente e que o modo de transmissão predominante da doença no continente é a via das relações heterossexuais.
Segundo ele, cerca de 61 porcento das pessoas vivendo com o VIH são mulheres. Entre as causas principais determinantes da epidemia estão as elevadas taxas de pobreza, de analfabetismo, conflitos armados, o alto nível de estigmação, assim como a dependência económica das mulheres relativamente aos maridos.
Contudo, dados recentes da OMS e da ONUSIDA apontam para uma estabilização da prevalência mundial do VIH e para o declínio do número de novos casos em alguns países africanos da África subsahariana, o que se deve em parte ao impacto dos programas de luta contra a doença.
No entanto, frisou, torna-se necessária uma intensificação continuada destes esforços, numa maior abrangência possível, em particular nas zonas mais remotas ou negligenciadas.
Gomes Sambo considera importante extrair lições sobre os principais factores que têm contribuído para inverter as tendências da epidemia. Entre os factores de sucesso destacam-se o compromisso ao mais alto nível político dos países, a participação comunitária e a descentralização dos serviços até níveis mais periféricos.
Por fim, sublinhou que o escritório regional da OMS continuará a envidar todos os esforços no sentido de reforçar os laços já existentes com os países africanos da CPLP, com o apoio do Brasil e de Portugal, para que, por meio da assistência técnica, se possa providenciar um apoio coordenador e estrategicamente orientado para as prioridades dos países, por forma a intensificarem as intervenções para a prevenção e controlo do VIH/SIDA e outras DST.



Fonte:


http://www.jornaldeangola.com/artigo.php?ID=82099&Seccao=geral

quinta-feira, 17 de abril de 2008

França aprova lei contra incitação à anorexia

Projecto-lei prevê a punição de possíveis estímulos à doença, incluindo na Internet. Os deputados franceses aprovaram hoje um projecto-lei que prevê a punição, pela primeira vez, com uma pena de prisão de até dois anos, de possíveis estímulos à anorexia, uma doença que atinge cerca de 40 mil franceses, sobretudo adolescentes.

O diploma, que só será aprovado definitivamente após a votação no Senado (a Câmara Alta do Parlamento), prevê a punição, também inédita, de determinados sites da Internet conotados como "pró-anorexia", um movimento que nasceu nos Estados Unidos da América no início de 2000 e que tem conquistado seguidores ao longo dos últimos anos.

Os seguidores deste movimento, na sua maioria jovens mulheres, defendem que a anorexia não é uma doença mas sim um modo de vida, partilhando as suas experiências na Internet através de fóruns e criação de blogs.

Medidas de punição

O texto hoje aprovado pelo Parlamento francês prevê uma pena máxima de dois anos de prisão e uma multa de 30 mil euros para acções de incitamento à anorexia, e uma pena de até três anos de prisão e uma multa de 45 mil euros para casos em que se constatar que o "estímulo levou à morte de uma pessoa".

A oposição (de esquerda), que se absteve, criticou o projecto-lei, justificando que este promove a repressão.

A aprovação destas medidas punitivas acontece uma semana depois da assinatura da "Carta de compromisso voluntário sobre a imagem do corpo e contra a anorexia", um código de boa conduta que foi assinado por representantes do mundo da moda, da publicidade e da comunicação social e pelo Ministério da Saúde francês.
Medidas de compromisso

A "Carta" não contém medidas vinculativas, limitando-se a promessas "partilhadas e concertadas" pelos signatários.

Os signatários da "Carta" francesa comprometem-se a não aceitar "imagens de pessoas, especialmente quando se trata de jovens", que podem contribuir para "promover um modelo de magreza extrema".

"Comprometemo-nos a promover no conjunto das nossas actividades uma diversidade na representação do corpo, evitando toda a forma de estereótipo que possa favorecer a constituição de um arquétipo estético potencialmente perigoso para as populações frágeis", afirma o mesmo texto.

Espanha fixa critérios clínicos

Na batalha contra a anorexia, Espanha tem sido um país pioneiro ao fixar critérios clínicos e um Índice de Massa Corporal (IMC), cujo incumprimento implica a exclusão de modelos excessivamente magras.

Madrid também estabeleceu acordos com as principais marcas de pronto-a-vestir para não marginalizarem os tamanhos grandes.

Fonte:

http://sic.sapo.pt//0nline/noticias/vida/150408_Parlamentoaprovaleicontraincitacaoaanorexia.htm