segunda-feira, 28 de abril de 2008

Depressão provoca dores e afecta mais mulheres do que homens

A depressão atinge duas vezes mais as mulheres do que os homens. Os sintomas são físicos, emocionais, cognitivos e ao nível do comportamento, em cerca de 69% dos casos há sintomas físicos, inclusive com dores associadas, e pode ocorrer em simultâneo com outras doenças como a bipolar, em que o paciente varia entre picos de euforia seguidos de períodos de profundo desânimo e desinteresse pela vida.


"A depressão afecta ao longo da vida cerca de 10% a 25% das mulheres, cerca de metade da percentagem que atinge os homens", acentuou Pedro Afonso, psiquiatra do Hospital Júlio de Matos, ontem, numa conferência aberta aos jornalistas, em Lisboa.


Trata-se de uma doença ainda sub-diagnosticada, porque é confundida com mera tristeza, não sendo, por vezes, tratada do modo mais adequado. A multiplicidade dos sintomas dificulta acertar no diagnóstico.


Um dos sintomas mais comuns é a insónia que atinge de 5% a 10% dos portugueses, "o que faz supor que haja em Portugal 500 mil a um milhão de pessoas com esta alteração do sono", assinalou Pedro Afonso, antes de referir que "a insónia aumenta bastante com a idade" e com o stress.

Bipolares mais complexos


Além da propensão genética, a depressão pode ter origem biológica - resultando de outra doença ou da toma de certos fármacos - ou psicossocial. Como a perda real ou imaginária de alguém ou de algo (morte, divórcio, emprego).


"O objectivo do tratamento é a remissão da doença e evitar recorrências", concluiu o médico, sendo corroborado pela vice-presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental. Um deprimido "está na lista de espera para ser bipolar", disse Luísa Figueira, sendo casos "que podem levar dez a 11 anos a ser diagnosticados".


A hipomania é o sintoma mais evidente. Revela-se em compras ou velocidades rodoviárias excessivas e em actos de risco, até a nível sexual e na oscilação brusca de humor, sem motivo.


A sensação de euforia causa dependência e leva à procura do álcool ou drogas, como o haxixe e a cocaína, para a sentir de novo. Na depressão bipolar, pode não haver desalento e inércia, mas hiperactividade e as moderadas são mais difíceis de detectar e não são os anti depressivos que a originam.


Sintomas indicativos de depressão moderada

Além do mau humor, de baixa auto-estima e falta de atenção e concentração, a depressão pode manifestar-se em alterações do sono, perda de interesse pelos prazeres, do sexo, da leitura e do lazer em geral.


Dores inexplicáveis e pensamentos mórbidos

A depressão pode traduzir-se na redução do apetite e do peso, em ideias pessimistas quanto ao futuro e de culpa ou inutilidade pessoal. Pode, nos casos mais graves, provocar dores físicas inexplicáveis (de cabeça, costas, pescoço, estômago, intestinos) e originar pensamentos de auto-agressão ou até de suicídio.


Da melancolia profunda aos acessos de euforia


Na escala das perturbações do comportamento, se não for tratada, a depressão moderada dá lugar à depressão grave. Quando há sinais de euforia, o doente entra em hipomania (ler texto) que se se agravar, leva às manias de cariz obsessivo.


Em 2020, será segunda maior causa de doença


A Organização Mundial de Saúde estima que, em 2020, a depressão unipolar profunda será a segunda maior causa de doença em todo o Mundo, depois dos problemas cardiovasculares.





Fonte:



Diario de Notícias (DN-Sabado 14, Abril)

1 comentário:

Anónimo disse...

vcs me ajudaram a me entender um pouco,sopfro de depressão moderada a mais de 15 anos e me culpava muito por si8ntomas que agora sei que é da doença,poderia acrescentar mais um,a imcompreensão da própria família,até mesmo do marido e filhos.jesus vos abençõe!sandra-fortales-ce